16 de fev. de 2014

Tendência: Cresce no Brasil aceitação de Bitcoin como pagamento

Foto: WikiCommons
Bitcoin aos poucos começa a se popularizar no Brasil e no mundo, a ponto de governos se pronunciarem sobre o assunto. A moeda virtual possibilita realizar transações, e as compras são feitas não apenas online, mas em diversos estabelecimentos. Além disso, diversas startups começam a oferecer serviços para quem quer investir no negócio.
Atualmente a cotação de 1bt está em R$ 2 mil em média. O site Coinmap mostra as empresas que estão aceitando bitcoin como pagamento em todo o mundo. No Brasil, a maior parte se concentra em São Paulo, mas o Nordeste também possui estabelecimentos. É o caso da Ôtica Econômica, que fica na Rua do Giriquiti, na Boa Vista, no Recife.
“Começamos a aceitar bitcoins em novembro do ano passado, mas ainda é um mercado muito ‘verde’. Apenas uma pessoa utilizou a moeda até agora”, disse Felipe McMont, dono da ótica. “O comprador comprou o equivalente a 250 reais, o que deu 0,131 btc”, contou. “Hoje o uso dessa criptomoeda vale mais como estratégia de divulgação da marca, mas acredito que é uma tendência do futuro.”
Hospedagens, serviços de web, comércio de produtos eletrônicos e diversos outros segmentos já passam a operar com a moeda.
Controverso?
A moeda, que já se valorizou em 900% desde que entrou no Brasil em julho de 2011, vem causando preocupação em alguns países. A Rússia decidiu proibir as transações com o bitcoin essa semana. Índia e China também criaram empecilhos para sua utilização.
O Congresso norte-americano divulgou estudo dizendo que o bitcoin poderia influenciar o poder do Banco Central dos EUA caso seu uso seja aumentado com o passar dos anos. Esse é um argumento dos detratores da moeda, que afirmam que ela pode afetar a economia de algum modo no futuro.
Do outro lado, apoiadores acreditam que uma moeda “sem dono” é interessante para ambas as partes, comprador e vendedor, tornando a relação mais transparente.
A moeda teve sua reputação abalada por causa do site SilkRoad, fechado no ano passado pelo FBI nos EUA por suspeitas de venda de drogas ilegais, armas e até serviços de assassinatos. É que esse comércio eletrônico, localizado na Deep Web, aceitava apenas bitcoins. “No entanto, drogas e armas ilegais sempre foram vendidas muito antes da criação do bitcoin, em 2009. Dinheiro real também é usado para crimes”, lembrou Marcos Gomes, CEO do Boo-Box, durante a Campus Party.
Como compro um bitcoin
Para comprar bitcoin, o usuário utiliza uma agência de câmbio, como faria com qualquer outra moeda. Com a posse da moeda, o usuário pode comprar o que quiser com alguma loja que aceite bitcoins. Toda a transação é feita através de aplicativos conhecidos como “carteiras” online, que usa dados criptografados. Sites como o MercadoBitCoin realizam esse câmbio.
O sistema utilizado é conhecido como ‘chave pública + chave privada’, presente em diversos outros serviços como o e-CPF, por exemplo. A chave pública é usada por outros, mas a chave privada, apenas o usuário tem acesso.
As transações com bitcoins usam a chave pública do destinatário, que toda a comunidade utilizadora do bitcoin pode visualizar. Já a parte privada é usada para autorizar a transação. Quem faz essa validação é um grupo de pessoas ou empresas conhecidas como “mineradores”. Elas possuem computadores poderosos que fazem esse processamento para decodificar as chaves.
A cada bloco de transações, são gerados 25 novos bitcoins. E é esse o lastro da criptomoeda. Todo o processo dura em torno de 10 minutos. Com o passar do tempo, o trabalho de mineração fica mais difícil, exigindo mais processamento. E isso também contribui para a estabilidade da moeda.
Sem dono
O mais interessante do bitcoin é que a moeda não possui um banco central ou instituição financeira que faça regulação. Com isso, questões políticas, teoricamente, não interferem em seu fluxo ou destino. Como tudo é operado em rede pela comunidade utilizadora, a transparência tende a ser maior, já que tudo está sendo compartilhado. As taxas também são menores.
Já o lado ruim é que o valor do bitcoin é instável. Além disso, casos de roubos de carteiras e até mesmo um bug no sistema deixaram usuários preocupados.

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